sexta-feira, 22 de julho de 2011

Qual o Limite que jogas?

Esta é uma pergunta recorrente que muitas vezes é feita para saber, mais ou menos, que tipo de jogador nós somos. Se a resposta for: "NL4", acompanhado de "jogo à +- 2 anos e tal" então partimos do princípio que é um jogador mau/mediano, dependendo de algum factor externo. Se a resposta for: "NL1K", tirando o facto de ser algum milionário que lhe apetece jogar e esbanjar algum, partimos do princípio que é um bom jogador.
Posto isto, à parte desta primeira interpretação da pergunta sobre o limite que jogamos, existe outra muito importante - Qual o Limite do nosso jogo?

Se nós formos um jogador que bate micro stakes com uma winrate mediana, achamos então que iremos ter +- essa winrate de forma regular, pq somos realmente melhor jogadores do que a média dos jogadores desse nível. Sendo assim, no final de 50K mãos vamos ganhar : (Xbb/100*Nº de Mãos)/100= Profit nesse período de tempo.

No entanto, se aprofundarmos esta questão vemos o seguinte, o jogador mediano e acima da média não tem noção do seu limite e pensa no seguinte:
- Se eu bato NL10 com 4bb/100, qnt + depressa fzr 50k mãos, mais depressa faço 200dol em profit.
Se por um lado isto terá algum fundamento, por outro é um enorme erro.

Apesar de nós batermos um nível, não quer dizer que o consigamos bater de forma exaustiva. Não é facil jogar 9 mesas durante 6h seguidas e manter a mesma winrate, todos nós sabemos. No entanto também não é facil saber qual o número de horas que devemos jogar diariamente, qual o número de mesas que devemos jogar de forma a estarmos concentrados, qual a extensão de cada sessão, etc etc etc...

Pode parecer fácil, mas é bastante difícil saber qual a forma mais rentável de definirmos estes factores. Eu começo a ter uma maior noção disso, e não sei como tive tanto tempo a jogar tantas mesas e tantas horas seguidas, a verdade é que fazia imenso rake, mas é extremamente cansativo jogar 4 mesas durante 1h a full power. Pensar cada mão, exactamente cada mão, e ver qual a melhor forma de tirar o máximo valor não é fácil. Um simples 72 pode ser uma mão jogável dependo da mesa onde estamos presentes. Se sabemos que temos um nitalhão nas blinds ou mesmo um gajo que abre loose mas tem 90%+ de fold a 3bet, passando pela questão das reads e do gajo que folda todos os segundos barris a não ser que tenha trips+, estas são todos coisas que temos de tar atentos se queremos explorar o adversário e todos os erros que ele comete.
Claro que estas questões podem parecer secundárias num patamar de micro/small stakes, devido À quantidade elevada de erros que os adversários fazem, no entanto é uma boa base para a evolução de um jogador e é sem dúvida uma forma de termos um profit máximo dentro das nossas capacidades.
Se procedermos a um exemplo do mundo do futebol: 1-Porto vs Retorta 2-Porto vs Barcelona

Se no 1º jogo o Porto sabe que o adversário comete imensos erros e que fruto doutra preparação acaba por dar 6-0. Os jogadores e treinador sabe que se aproveitasse ao máximo todas as oportunidades poderia dar 12. No entanto, num jogo como o 2º, esses erros pagam-se caro, e se a motivação é outra por ser um outro nível, a dificuldade também o é. Portanto as diferenças vão ser mínimas e 1 golo pode bastar para ser tornar um vencedor.

Comparado com o poker, se no primeiro exemplo uma winrate de 6 até 10 é algo normal e razoável nos micro stakes, nos high stakes, algo à volta de 1 ou 2bb/100 é algo muito bom.
A principal diferença aqui é que no futebol o objectivo final ( na maior parte dos casos claro) é a vitória e não a concretização de todas as oportunidades num jogo. Já numa vida de jogador de poker, é importante aproveitar toda e qlqr oportunidade pois isso irá fzr parte do objectivo final!

Conclusão: Saibam bem qnt conseguem aguentar diáriamente, em termos de horas e mesas e extensões das sessões. Saibam também ver qual as melhores mãos/jogadas para estarem 100% pois é impossível conseguir extrair valor máximo de todas as mãos, tentem-no fazer nas mãos mais "importantes" e aquelas que são de valor mínimo ( no presente e apesar de representar um valor médio no futuro) dêm uma abébia, mas pouca.

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